sábado, 28 de maio de 2011

Ele a perguntou se ela não tinha medo de morrer. Ela o olhou com e disse "Já morri por muitas vezes. Dentro de mim. E foi você quem matou algumas delas. Mas tenho medo que você me mate novamente porque dói muito, muito mesmo."

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Mais que qualquer coisa

Mais que qualquer coisa queria. E queria que fosse com ele. E queria que fosse ali naquela hora. Beijou o lentamente, enquanto ele a abraçava ali no meio da sala. Foram andando lentamente até o quarto e ela estava trêmula de desejo. Só ele tinha aquela coisa como doce de pimenta. Ele era quente e doce, ela não sabia explicar. Ela gostava muito dele, muito mesmo. E estava ali, entregue. Talvez depois disso, fosse apenas isso. Apenas sexo. Mas não importava, tudo o que importava era aquele momento. Mágico, sublime. No ritmo da batida do coração que vai acelerando cada vez mais. Fantástico. Ela o desejava mais que qualquer outro, e amava cada momento com ele. Ele a levava ao risco, mas ela não se importava de se arriscar com ele. Poderia viver as margens do perigo que adoraria. Adoraria poder amá-lo sempre. Adoraria poder transar com ele sempre. Adoraria poder viver com ele pra sempre. Mais que qualquer coisa.

Sexo, Drogas, Rock'n'Roll e Amor.

Só ele lhe dava aquela vontade louca de transar a noite toda, de dormir abraçadinho. De o observar fumando depois de transar e conversar com ele. 
Só ele tinha aquela voz que acalmava o coração dela, que tinha aquele jeito louco. Só ele lhe dava aquela vontade de atravessar a cidade no meio da noite. Só ele lhe fazia perder a concentração e esquecer o que ia dizer. Eles eram dois perdidos, morreriam jovens. Encurtavam a vida a doidado e adoravam isso. Viviam dois dias como dois anos e tudo estaria perfeito se ela não estivesse apaixonada. Mas ela estava apaixonada. Então afinal, seria mais que sexo pra ele?

Tarde demais



Abriu os olhos mas não quis se levantar, ficou olhando no teto onde tinha colado estrelas. Se afundou mais nas cobertas e levantou resmungando algo. Passou um dia de comum na sua rotina e o observou de longe enquanto ele a olhava fixamente do outro lado do pátio. Certamente queria fazer as pazes com ele, certamente queria ir até ele e dizer muita coisa. Queria pedir desculpas e se desculpar por se irritar com uma coisa tão boba. Mas só estavam brigados a um dia e ela não queria parecer fraca. Queria ser a dona da situação, mostrar que ele também não deveria irritá-la. Quando deu por si ele já estava do lado dela com a mão no seu ombro, começando a dizer algo e o sinal pra entrar pra aula tocou. Disse seca "na saída a gente conversa" (...)
Abriu os olhos e não pode se levantar, suas pernas estavam moles, queria morrer. Não pode acreditar. Como um avc, como morrer assim no meio da aula? Tão sem explicação, tão simples. Sem aviso prévio. A enfermeira media sua pressão, ela não sentia as próprias mãos, seu corpo haveria paralisado. Tarde demais.
Queria poder se desculpar, abraçar e dizer o quanto o amava e o quanta falta ele faria. Queria poder dizer tudo o que sentiu quando o conheceu, o quanto ele era inesquecível. Mas tarde demais, o teatro já estava se fechando. Fecham-se as cortinas.

terça-feira, 24 de maio de 2011

indiferente.

Ele chegou com lágrimas nos olhos e disse:
- Desculpe, ela me tentou e eu não resisti, é você que eu amo. 
Só você acorda com esse sorriso doce e ronrona quando vai dormir cansada, só você me faz feliz como nenhuma outra, não sei porque fiz isso. Me perdoe.
- Como você se sentiria se fosse eu?
- Mal. Mas olha, não vai acontecer de novo.
Ela tragou, olhou no fundo dos olhos dele e disse:
- Não mesmo.
Soltou fumaça no rosto dele, dele que reclamava tanto de seu mal hábito de fumar. E saiu de cena.

Frenesim

Sentia vontade de rasgar as roupas dele, de beijá-lo com força e velocidade. De abraçá-lo e beijá-lo de um modo selvagem. De fazê-lo gemer feito louco. Sentia vontade de puxar seus cabelos e arranhá-lo. E sentia mais que tudo isso e acima de tudo uma vontade frenética de estar com ele. Ele lhe causava delírios, ela pensava nele o dia todo. Ficava impaciente, nervosa, tensa só de pensar. Mas não tinha como dizer "quero transar com você". E ele estava sempre tão distante, ele as vezes a olhava discretamente e então a imaginação dela viajava. Mas ela nunca disse nada a ele, nem um convite pra almoçar juntos, nem uma indireta. Ela gostava dele, mas algo a impedia de dizer. Poderia ter sido uma história de amor quente, daquelas que você passa horas contando e não se cansa. Mas não passou disso.

Apenas sexo.

Abriu os olhos e se sentiu cansada. Um moço dormia ao seu lado, ela sabia o nome dele mas gostaria de chamá-lo por outro, queria que ele fosse outro. Acendeu um cigarro e ficou se observando, era bonita. Deveria se valorizar mais. Mas gostava de sexo e não tinha problemas com admitir isso. Gostava de dançar para olhos atentos, se sentir desejada as vezes. Mas desejada por seus seios e sua bunda? Gostaria de estar com alguém que gostasse dela por sua inteligência, pelo seu jeito de sorrir e pelo modo como ela via o mundo, mas esse alguém estava muito além do alcance.
O rapaz da cama acordou, olhou pra ela e disse o quanto a achava gostosa. Ela mecanicamente e disse que estava indo embora. O rapaz lhe acompanhou até a porta, era um rapaz muito desejável, tinha um belo corpo mas tinha uma mente vazia. Mas a amaria com facilidade se ela deixasse, ele era um homem doce, carinhoso e fazia sexo bem. Mas ela não seria capaz de amá-lo, não enquanto seu coração estivesse ocupado, então foi embora. Seria tão bom amar quem gostaríamos de amar, não é mesmo?