sábado, 25 de junho de 2011

As vezes não é preciso que nada seja dito pra notar o que alguém quer dizer. Um olhar, um toque, um sorriso. Segredos que contamos um pro outro sem saber, só nossos. Pra sempre.

Um diálogo publicado.


- Você é cheia de futuro, você é cheia de planos, de objetivos. Você estudou tanto, lutou tanto. E pra que pra se acabar com ele? Pra morrer junto com ele? Você é cheia de futuro e ele não tem nem expectativa de vida. Você se arrisca junto, fuma junto, cheira junto. Porque você está se suicidando?
- Quando o conheci ele já estava dessa forma, ele não tem mesmo expectativa de vida, as drogas acabaram com ele e eu sei que ele não vai parar, ele não quer parar e nem é ao menos uma hipótese. Eu sempre usei moderadamente, sempre tomei cuidado, em ocasiões especiais. Mas quando o conheci (pausa para enxugar lágrimas e respirar) Eu não quero estar aqui pra vê-lo morrer. Eu não quero acordar e saber que ele não está mais vivo. É difícil demais pra você entender, você não pode julgar sem sentir e ninguém nunca vai saber como estou me sentindo.


Ele era tão impossível. Ela era tão auto-destrutiva. Ele era tão envolvente. Ela era tão insegura. (...)


Ela pensa: Sabe, gosto de você. Gosto da forma que você sorri e gosto de como você fuma. Gosto de como você fala e do seu sorriso malicioso e torto. Gosto do seu cheiro e gosto ainda mais do seu gosto. Sabe, não é só desejo. Eu gosto do sexo, mas não só dele. Eu gosto de você, eu gosto de verdade. Eu gosto dessa relação louca, do perigo. Eu corro o risco por você mas não é só porque eu gosto do risco. Você sabe que eu amo adrenalina. Mas eu corro o risco por você não só por ela, você não sabe mas eu gosto de você também. Não é apenas sexo casual, sabe? Eu só queria que você soubesse que não tô te colocando na parede, não to te exigindo uma coisa séria, eu só queria que você soubesse. Que eu sou apaixonada por você, bastante.
Ela diz: Gosto de ficar com você.
Se perguntava agora onde havia errado, e se lembrava de cada momento da vida que teve medo de amar, medo de arriscar a reputação boa que tinha. Sempre foi uma garota que todos amavam, por ser sempre justa e certa, por não errar. Era um ponto de equilíbrio para todas as pessoas, boa filha, boa irmã, um porto seguro.
Quando queria fazer algo que alguém não aprovaria, não fazia. Quando amava alguém e achava que não teria chance, não deixava ninguém saber. Tinha medo da vida, medo do que as pessoas pudessem pensar.
Tinha um sonho. Estava morrendo. Estava perdendo tempo.
Apertava suas pernas com as mãos, observava suas unhas. Estavam sempre bem feitas. Ela era tão perfeccionista com si mesma, perdia tanto tempo com isso.
Seria tarde demais pra viver? Nunca é tarde até que você morra mesmo.
Estava morrendo, mas estava viva. Ainda tinha tempo. Quanto tempo ninguém sabe. Se terá tempo pra realizar seus sonhos ninguém sabe.
Afinal, todos morrem um pouco todos os dias, e você está esperando o que?